Hefesto ou Hefaísto (em grego: Ήφαιστος, transl. Hēphaistos) é um deus da mitologia grega, cujo equivalente na mitologia romana era Vulcano. Filho deZeus e Hera, rei e rainha dos deuses ou, de acordo com alguns relatos, apenas de Hera, era o deus da tecnologia, dos ferreiros, artesãos, escultores,metais, metalurgia, fogo e dos vulcões. Como outros ferreiros mitológicos, porém ao contrário dos outros deuses, Hefesto era manco, o que lhe dava uma aparência grotesca aos olhos dos antigos gregos. Servia como ferreiro dos deuses, e era cultuado nos centros manufatureiros e industriais da Grécia, especialmente em Atenas. O centro de seu culto se localizava em Lemnos. Os símbolos de Hefesto são um martelo de ferreiro, uma bigorna e uma tenaz, embora por vezes tenha sido retratado empunhando um machado. Hefesto foi responsável, entre outras obras, pela égide, escudo usado por Zeus em sua batalha contra os titãs. Construiu para si um magnífico e brilhante palácio de bronze, equipado com muitos servos mecânicos. De suas forjas saiu Pandora, primeira mulher mortal.
Deus do vulcão
Hefesto foi identificado pelos colonos gregos do sul da Itália com os deuses do vulcão Adrano (do monte Etna) e Vulcano, das ilhas Lipari. Sua forja foi deslocada até lá pelos poetas. O sábio Apolônio de Tiana, do século I, teria comentado: "existem muitas outras montanhas em diferentes partes da terra além do Etna, mas não somos tão levianos a ponto de afirmar que suas erupções são provocadas por gigantes e deuses." Um mito de fundação ateniense narra que Atena teria recusado uma união carnal com Hefesto devido à sua aparência pouco atraente e seu defeito físico, e que quando ele então se enfureceu e tentou tomá-la a força, a deusa desapareceu de sua cama. A ejaculação de Hefesto caiu sobre a terra, engravidando Gaia, que acabou por dar à luz aErictônio de Atenas; este então foi dado, ainda criança, a Atena, para que essa o criasse, guardado por uma serpente. Higino derivou deste mito uma criativa etimologia para o nome Erichthonius, a partir da "disputa" (Eris) entre Atena e Hefesto e a criança-terra (chthonios). Existe na cidade um Templo de Hefesto, o Hephaesteum (chamado erroneamente de "Theseum"), localizado próximo à ágora ateniense. Na ilha de Lemnos, sua consorte era a ninfa Cabiro, com quem ele teve dois filhos, dois deuses ferreiros conhecidos como cabiros. Na Sicília, sua consorte foi a ninfa Etna, e seus filhos foram os dois deuses dos gêiseres sicilianos conhecidos como palicos. Segundo Homero a esposa de Hefesto era Cáris. Para a maior parte dos mitos, no entanto, Hefesto é marido de Afrodite, que o trai cometendo adultério com Ares.
Hefesto e Afrodite
Hefesto, sendo o mais decidido dos deuses, recebeu de Zeus a mão de Afrodite para evitar que os outros deuses travassem disputas por ela. Afrodite, no entanto, não aceitou a idéia do casamento arranjado com o feio Hefesto, iniciou um relacionamento amoroso com Ares, deus da guerra. Hefesto ficou sabendo da promiscuidade de Afrodite por meio de Hélio, o Sol onividente, e planejou uma armadilha para eles durante uma de suas escapadas. Enquanto Afrodite e Ares estavam juntos na cama, Hefesto envolveu-os com uma rede de cota de malha inquebrável, tão fina que era praticamente invisível, e levou-os ao Monte Olimpo para humilhá-los diante dos outros deuses. Estes, no entanto, apenas riram diante da visão dos amantes nus, e Posídon conseguiu persuadir Hefesto a libertá-lo como troca de uma garantia de que Ares pagaria uma multa pelo adultério. Na Odisséia Hefesto afirma que devolveria Afrodite a seu pai e exigiria dele seu dote. Na Ilíada a consorte de Hefesto é uma Afrodite menor, Cáris ("a graça") ou Aglaia ("a gloriosa"), a mais jovem das Graças, como Hesíodo a chama. Hefesto foi pai de diversos filhos, tanto com mortais quanto imortais. Um destes foi o ladrão Perifetes. Juntamente com Talia, Hefesto era considerado o pai dos Palicos. Os tebanos acreditavam que a união entre Ares e Afrodite teria resultado em Harmonia, tão bela quanto uma segunda Afrodite. Não se tem, no entanto, qualquer relato de algum fruto desta união, a menos que Virgílio tenha afirmado a sério que Eros seria seu filho. Autores posteriores explicam esta declaração afirmando que o deus do amor seria filho de Ares, mas entregue a Hefesto para que este o criasse como seu próprio filho. Hefesto estava associado de alguma maneira aos mistérios arcaicos pré-gregos (originários dos frígios e trácios) dos Cabiros, também conhecidos como Hephaistoi, "os homens-de-Hefesto", em Lemnos. Uma das três tribos lêmnias também se chamava de Hephaestion, alegando descendência direta do deus. Hefesto tinha poucos epítetos, quando comparado a outros deuses; um deles eraHefesto Etneu (Hephaestus Aetnaeus), por sua oficina supostamente situar-se sob o monte Etna.
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