segunda-feira, 9 de abril de 2012

Um puco de mitologia- Medusa


A Medusa (em grego: Μέδουσα, Médousa, "guardiã", "protetora"), na mitologia grega, era um monstro ctônico do sexo feminino, uma das três Górgonas. Filha de Fórcis e Ceto quem quer que olhasse diretamente para ela era transformado em pedra. Ao contrário de suas irmãs Górgonas, Esteno e Euríale, Medusa era mortal; foi decapitada pelo heroi Perseu, que utilizou posteriormente sua cabeça como arma, até dá-la para a deusa
Atena, que a colocou em seu escudo. Na Antiguidade Clássica a imagem da cabeça da Medusa aparecia no objeto utilizado para afugentar o mal conhecido como Gorgoneion.

Medusa na mitologia clássica

As três irmãs Górgonas - Medusa, Esteno e Euríale - eram filhas das antigas divindades marinhas, Fórcis (Phorkys) e sua irmã, Ceto (Keto), monstros ctônicos de um mundo arcaico. Sua genealogia é partilhada com outro grupo de irmãs, as Greias, como é explicado na obra Prometeu Acorrentado, de Ésquilo, que situa ambos os trios de irmãs num lugar longínquo, "a terrível planície de Cistene": "Lá perto delas suas três irmãs feiosas, as Górgonas, aladas
Com cobras no lugar de cabelo — odiavam o homem mortal —" Enquanto os antigos artistas gregos, ao pintar vasos e gravar relevos, imaginavam a Medusa e suas irmãs como tendo nascido com uma forma monstruosa, os escultores e pintores do século V a.C. passaram a visualizá-la como sendo bela, ao mesmo tempo que aterrorizante. Numa ode escrita em 490 a.C.,Píndaro já falava da "Medusa de belas bochechas". Numa versão posterior do mito da Medusa, relatada
pelo poeta romano Ovídio, a Medusa teria sido originalmente uma bela donzela, "a aspiração ciumenta de muitos pretendentes", sacerdotisa do templo de Atena. Um dia ela teria cedido às investidas do "Senhor dos Mares", Poseidon, e deitado-se com ele no próprio templo da deusa Atena; a deusa então, enfurecida, transformou o belo cabelo da donzela em serpentes, e deixou seu rosto tão horrível de se contemplar que a mera visão dele transformaria todos que o olhassem em pedra. Na versão de Ovídio, Perseu descreve a punição dada por Atena à Medusa como "justa" e "merecida".

Morte

Na maioria das versões do mito, enquanto a Medusa esperava um filho de Poseidon, deus dos mares, teria sido decapitada pelo herói Perseu, que havia recebido do rei Polidetes de Sérifo a missão de trazer sua cabeça como presente. Com o auxílio de Atena, de Hermes, que lhe forneceu sandálias aladas, e de Hades, que lhe deu um elmo de invisibilidade, uma espada e um escudo espelhado, o heroi cumpriu sua missão, matando a Górgona após olhar apenas para seu inofensivo reflexo no escudo, evitando assim ser transformado em pedra. Quando Perseu separou a cabeça da Medusa de seu pescoço, duas criaturas nasceram: o cavalo alado Pégaso e o gigante dourado Crisaor. Para a acadêmica britânica Jane Ellen Harrison, a "potência [da Medusa] somente se inicia quando sua cabeça é cortada, e aquela potência se encontra na cabeça; ela é, noutras palavras, uma máscara com um corpo acrescentado posteriormente a ela... a base do Gorgoneion é um objeto de culto, uma máscara ritual mal-compreendida." Na Odisseia
Homero não menciona a Medusa especificamente pelo nome: Ainda para Harrison, "a Górgona teria nascido do terror, e não o terror da Górgona." De acordo com Ovídio, no Noroeste da África, Perseu teria voado pelo titã Atlas, que segurava o céu em seus ombros, e o transformado em pedra. Os corais doMar Vermelho teriam sido formados pelo sangue da Medusa, derramado sobre algas quando Perseu colocou a cabeça num trecho do litoral, durante sua breve estada na Etiópia, onde salvou e se casou com a princesa Andrômeda. As víboras venenosas que infestam o Saara também foram citadas como sendo nascidas de gotas derramadas de seu sangue. Perseus voou então para Sérifo, onde sua mãe estava prestes a ser forçada a se casar com o rei Polidetes, que foi transformado em pedra ao olhar para a cabeça da Medusa. Perseu deu então a cabeça da Górgona para Atena, que a colocou em seu escudo, o Aegis. Algumas referências clássicas se referem às três Górgonas; Harrison considerava que o desmembramento da Medusa num trio de irmãs seria um aspecto secundário do mito

Simbolismo

Aegis é o nome do escudo da deusa Atena, o qual tem a Górgona, e que viria originar o nome em português de Égide, que significa precisamente “escudo”. As gravuras da Górgona Medusa que decoravam os telhados dos templos gregos tinham como objectivo assustar os maus espíritos. As mais famosas dessas gravuras encontravam-se nos frontões do Templo de Ártemis (a quarta maravilha do Mundo Antigo) na ilha de Éfeso. Algumas das taças de vinho atenienses nos meados do século VI a.C. apresentavam o seguinte aspecto: cerca da berma, no interior da taça, desenhavam-se cachos de uvas, não deixando dúvidas que naquela taça se servia apenas vinho; já perto do fundo, estão desenhadas em todo o contorno umas figuras negras de rapazes nus a servirem vinho aos convidados, enquanto que na base da taça, estava estampado o símbolo da Górgona, ou seja, quem bebesse por essas taças, no momento em que o vinho chegasse a um nível onde que era permitido poder-se ver as figuras negras, os servidores desnudados, significava que a taça necessitava de ser enchida; a cabeça da Górgona depositada no fundo, seria uma mensagem humorística que indicava ao convidado manter a taça do vinho sempre cheia durante a festa, caso contrário, viria a figura da Górgona desvendada e seria transformado em pedra.

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